sábado, fevereiro 15, 2020

Em defesa do amor platônico



O amor platônico é aquela amizade com um tempero a mais.
É o estágio ideal do amor, porque não tem nenhum ingrediente de sofrimento envolvido. Só sonho e desejo.
É quando você se contenta apenas em ficar perto da pessoa, em estar no mesmo ambiente que ela, em respirar o mesmo ar. É simplesmente uma simpatia em grau máximo. Você sorri mais, fica mais disponível e aberta, se envolve mais, mergulha naquele sentimento ambíguo.
Nem é a tal da amizade colorida, acho que nem se usa mais esse termo. Agora é crush, até o “ficar” está ultrapassado. Agora é contatinho (essa eu aprendi com a minha neta, que tem 12 anos). Adoro aprender essas coisas, essas gírias, esses conceitos. Se bem que acho que tudo isso tem o lado físico envolvido e eu ainda prefiro o amor platônico.
Ele preenche vazios, distrai, faz sonhar, viajar na maionese. A imaginação corre solta, a emoção fica à flor da pele, o coração dá uma aceleradinha e a gente percebe: opa... estou viva!
Não precisa dar em nada. Pode acabar nesse estágio mesmo e já tá valendo.
Acho o amor platônico algo totalmente feminino. Os homens são bem mais concretos. Não entendem a sutileza dos sentimentos, já querem partir para a ação. Gostam de filmes de ação, pode ser que nem percebam os sentimentos que despertam ao redor. Ou pode ser que sim, e se façam de desentendidos, porque pode ser que o sentimento não seja recíproco. Mas isso, de verdade, tanto faz. O sentimento em si já preenche o vazio. E basta. Já dá um brilho diferente no olhar e na pele. Já funciona como um tratamento de beleza, já dá alegria ao coração. E isso já é suficiente.
Não se trata de se contentar com migalhas (você pode estar pensando isso). Não... Mas sim se trata de cultivar as emoções com carinho e sossego. Sem nenhum tipo de ânsia juvenil. Se trata de curtir o momento presente, sem ansiedades pelo futuro, ou dor pelo passado. E nisso, o amor platônico é mestre. Vamos cultivar mais o amor platônico. Dessa forma, o mundo será um lugar muito melhor. E é engraçado desenvolver esse tema bem antes do Carnaval, a festa da carne, né?? Enfim, eu gosto do contraponto, de ser a voz dissonante.
E você? Sente ou já sentiu amor platônico por alguém?