domingo, abril 26, 2020

O apego


Nós, seres humanos, temos essa estranha mania de nos apegar. A gente se apega a situações, a coisas, a pessoas... Somos naturalmente apegados. Mas toda vez que a gente ouve algum relato de alguém que conseguiu se desapegar, é sempre um sentimento libertador que permanece no nosso peito (na nossa alma??).
Por exemplo, li o livro do Beto Ambrósio chamado Fé Latina, em que ele roda a América Latina sobre uma bike, levando tudo o que ele precisa com ele. É ou não é libertador pra c...?? É MUITO libertadora uma experiência como essa.
Eu também fiz vários movimentos de desapego. Quando fui para Portugal. Depois quando voltei para literalmente desmontar a minha casa. Hoje, não tenho mais casa. Vivo com a minha mãe, que me acolheu amorosamente na casa dela e tenho apenas um quarto. Uma cama de solteiro. Um guarda-roupa com duas portas e meia. E tá tudo bem, tô feliz e em paz, como eu desejava.
Mas hoje recebi esta foto acima.
Esta magnífica primavera fica na entrada da casa onde morei durante vários anos e que está à venda. O casamento acabou. Mas a primavera nunca esteve tão exuberante. Me deu vontade de chorar.
Minha filha foi a mensageira do Plano Espiritual:
- Vontade de chorar por que? Tá emotiva? Ah, mãe, tanta coisa boa também não aconteceu! Não se apegue a isso.
Verdade.
Por que será que a gente se apega tanto?
O fato é que estamos a viver um período único na História da Humanidade e quisemos estar aqui, neste momento de transição planetária.
E é chegado o momento de nos libertarmos do materialismo, puro e simples.
De enxergarmos definitivamente o que é importante e o que não é.
E as coisas materiais, por mais que sirvam ao nosso corpo material, aqui neste mundo de materialidades, definitivamente não são as mais importantes. Nem que sejam uma expressão da natureza, como a primavera da foto.
Cheguei à conclusão de que esta primavera nos ajudará a vender a casa.
Tomara que o futuro comprador se encante com ela.
E que a minha vida futura, do jeitinho que eu desejo, se manifeste pra mim, se este for o meu Direito Divino.
Agora, vou pegar lápis e papel e traçar como eu desejo, do fundo da minha alma, que seja a minha vida futura (dentro desta vida aqui mesmo, se é que me entendem).
Tenho 62 anos, mas estou viva e ainda tenho muito a experimentar neste corpo aqui, pelo qual sou grata todos os dias.
E quem quiser saber do meu despertar profissional, que eu contei lá no maravilhoso projeto Awaken Talks, está aqui neste link:
https://youtu.be/aDr3eHyFbLA

quinta-feira, abril 09, 2020

O pesadelo de um clic a mais



Vivemos tempos em que temos tudo ao alcance dos dedos: compras (todas), comida, trabalho, amigos, família e lazer. Tá tudo ali.

Basta um clic para anexar um arquivo e mandar pelo whatsapp mesmo. Quem vai querer dar um clic a mais e abrir o e-mail e escrever o endereço eletrônico do destinatário, e mais o assunto do e-mail, além de um bilhetinho qualquer e por fim anexar o arquivo e clicar mais uma vez em “enviar”? 

Quanto esforço! Quem poderia supor que o ato de escrever um mero e-mail seria considerado “ultrapassado” e até “vintage”?

Como e quando foi que ficamos tão preguiçosos? Macunaímas modernos, só queremos saber de diminuir a quantidade de clics nas nossas vidas. Sentados no sofá, o máximo de movimento que fazemos é com os nossos polegares. Fomos adquirindo uma incrível mobilidade nesses dois dedos ao longo dos anos mais recentes.

Por isso, nem tente perder ou estragar o seu celular.

Seus amigos vão reclamar, vão achar esquisitíssimo ter de falar com você pelo telefone fixo e ainda por cima ter de mandar e-mails para você! E então você se dará conta de que a mobilidade é um valor ao qual as pessoas imediatamente se conectaram e ao qual não estão dispostas a renunciar. Nem que seja a mobilidade de usar o celular em qualquer um dos cômodos da casa, já que estamos todos “condenados” às quatro paredes do nosso lar, nesses tempos de coronavírus.

Mas se por acaso acontecer de você ficar sem o seu companheiro celular, você passará a prestar mais atenção ao toque do telefone fixo, e terá assim um sentimento de gratidão para amigos e amigas que se dispuserem a dar esse clic a mais para permanecer em contato com você. Vai descobrir aplicativos de bate-papo alternativos, em outras redes sociais, que podem ajudar a aplacar sua ansiedade de estar a viver como que em uma caverna escura e isolada do mundo.

Perceba como viramos escravos dos nossos smartphones. Mas sim, há vida além da telinha. E um clic a mais não é nenhum bicho-de-sete-cabeças.   

(PS.: Sei que o jeito certo de escrever é "clique", mas sabe como é... é a preguiça de digitar dois caracteres a mais...)

domingo, abril 05, 2020

Aquela camiseta furadinha


Sabe aquela camiseta furadinha, detonada, mas aconchegante, que você adora usar pra dormir, mas treme de medo só de pensar que alguém possa ver você com ela?
Aquela camiseta que fica escondida no fundo do guarda-roupa e que você recorre a ela quando quer uma roupa do tipo "confort food"? (Nem sei se existe isso...)
Geralmente ela é de algodão, aquele algodão super macio, porque passou por inúmeras lavagens e começou a esburacar na máquina de lavar.
Um algodão que acaricia, você veste aquela camiseta e sente que está em casa.
Confortável, à vontade...
Daí você lava a camiseta mais uma vez.
Tira do varal e pensa:
- Nossa, será que não tá na hora de me livrar dela?
Mas alguma coisa dentro de você a impede de tomar esta atitude e lá volta ela, pro fundo da última gaveta, onde deve morar por mais algum tempo, até que você tenha vontade de vesti-la de novo.
Você tem uma camiseta dessas?
(Eu tenho!) 
Deixe o seu comentário.