No ano que vem, a gente ia fazer uma grande festa, pelos seus 100 anos. Mas não deu tempo. No dia 9/9, aos 99 anos, a senhora decidiu partir.
Muito obrigada por sempre ter me tratado tão bem, por sempre me chamar de "anjo", por ter cuidado e mimado os
meus filhos, sempre que eu precisei.
Obrigada pelas suas deliciosas comidas, temperadas com todo o seu amor e carinho para nós: frangos
suculentos, pastéis inesquecíveis (que a senhora fazia até a massa!), seus pudins de leite, e suas carnes cheias. Eu me lembro muito bem como a senhora fazia: colocava tudo em travessas de vidro, empilhava
umas por cima das outras e amarrava em umas trouxas de pano de prato com muita
força, para não caírem no caminho de volta para casa.
Obrigada por todos os presentes e mais presentes, que a senhora comprava
com tanto sacrifício, em crediários infinitos nas Casas Bahia. Me deu dois liquidificadores! Estão até hoje lá em casa.
E os pudins que a senhora levava para dar de presente para as meninas do hospital? E no Jóquei? A senhora tratava todo mundo por querido e querida. Às
vezes, a senhora ficava brava também, e não deixava de encarar uma boa briga, se preciso
fosse.
Quanto a senhora lutou nessa vida, hein?? Teve tudo na infância, levava presentes para a professora, para que pudesse ficar do lado de fora da sala brincando.
Mas perdeu o pai muito cedo, precisou ajudar a mãe, encantou os rapazes com toda a faceirice de menina moça, usava uma flor
nos cabelos ondulados. Ganhou um concurso de culinária, preparando dois frangos no lugar de um - um dos frangos era só a pele, recheada de farofa. Quanta criatividade! Dançou tango, e conquistou aquele jóquei magrinho, que, de tão apaixonado, cobriu-a de jóias, casacos de pele, perfumes.
Passados os tempos áureos da juventude, a senhora ainda usava aqueles xales de todas as cores e até foi parada na rua para
ser fotografada para um blog de moda e estilo, lembra? Quando ia comigo na Seara Bendita. Nunca saia de casa sem um xale ou um lenço, super charmosa e elegante. De preferência verde, que era a sua cor preferida.
Minha querida sogra, rezo agora e peço a Deus que envie os seus mensageiros mais felizes para recebê-la aí no céu. Que a senhora possa se reunir novamente com todos os seus parentes e amigos que partiram antes.
Envio daqui da Terra as vibrações mais amorosas que sou capaz de transmitir, para que tenha muita LUZ no seu novo caminho, minha sogra tão querida. Obrigada por tudo.
Meus sentimentos...que Deus console vocês... depoimento lindo, emocionante e amoroso...
ResponderExcluirMuito obrigada, Marina! bjs
ExcluirLindo depoimento, Silvia. Muito tocante ter uma relação assim tão bonita com a sogra. E ela nos pareceu encantadora ❤️
ResponderExcluirOi Silvia Angerami! A Olívia me deu a notícia ontem e todos ficamos surpresos pela vida longa de Dona Florência, que sempre se destacou por onde passou. Não esqueço dela em um ônibus, mantendo-se em pé para poder conversar com todos e dedicando a todos o seu tratamento ao mesmo tempo carinhoso e elegante: "minha querida"! Fiquei observando, sem me identificar, só para continuar a acompanhar sua forma espontânea e alegre de transmitir boas energias. Acho que é assim que ela sempre será lembrada. Que Deus a tenha.
ResponderExcluirMuito obrigada, Eli! Ela era mesmo uma figurinha. Como estamos longe, fizemos nossas homenagens bem particulares daqui à alma dela. Obrigada pelo carinho! Bjs e saudades!
ExcluirLindo texto, que bom vc ter convivido com uma pessoa tão presente na sua vida e dos seus filhos, e p o Guilherme , que bom ter tiro o privilégio da mãe ter vivido tanto tempo. Que ela seja recebida com muito amor, bjs
ResponderExcluirObrigada pelo comentário, Ira! Ela foi muito especial nas nossas vidas! 🙏🏼 Beijos
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAi que texto lindo Silvia. Eu conheci ela muito pouco mas uma boa parte da historia ela me contou principalmente que ela era casada com o Joquei mais lindo.Ela fez sua parte aqui na terra e como fez. Descanse em paz dona Florência!
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