sábado, junho 08, 2019

Pensar = escrever


Pra mim, é assim que funciona e sempre foi assim.
Hoje fui, como quem não quer nada, participar no BDG Constelação Familiar e Encontros Terapêuticos da roda de conversa conduzida pela Iana Ferreira sobre um conto do livro Mulheres que Correm com os Lobos. Muito falado e aclamado. Ainda não li, pra falar a verdade.
Só fui nessa atividade depois de decidir cancelar meu workshop de escrita curativa, que era para estar acontecendo agora, neste exato momento.
Mas a vida vem em ondas, vem e vai. E este momento, pertinho do meu aniversário, não era pra eu curar ninguém e sim a mim mesma.
O conto, independente de gostar dele ou não, traz uma série de reflexões muito pertinentes a todas as mulheres (e ouso dizer, homens também).
Não sou adepta nem mesmo desta divisão entre os sexos, sei que isso parece uma opinião meio polêmica, mas eu acho que a evolução dos seres humanos devia caminhar para uma indistinção entre esses papéis sexuais que aprisionam tanto homens, quanto mulheres em estereótipos limitantes.
Enfim, a discussão principal, minha comigo mesma, não é essa, não vamos nos desviar.
A discussão principal é a necessidade de se integrar dentro de si várias - digamos - personalidades ou talvez emoções que precisam estar em equilíbrio dentro da gente. Porque tudo faz parte do SELF (o inconsciente, muito maior do que o EGO).
Um homem raivoso por ter sofrido os horrores da guerra, uma mulher que ama, uma curandeira que tem todas as respostas, uma montanha, pássaros negros, um urso poderoso: todos esses personagens convivem dentro da gente, nem sempre em harmonia.
De repente, um clic, uma luz: se eu não tivesse desistido do meu workshop, não teria desfrutado desses insights, desses momentos tão iluminados da manhã de hoje, na companhia de mulheres tão fantásticas e poderosas.
Em um determinado momento, sorteamos cartas de um jogo que a Iana nos propôs: a primeira carta era a nossa emoção do momento e a segunda, o nosso desafio.
Minha emoção: animada, sim, estou animada mesmo. Anima = alma. Sou uma pessoa que vive com alma, tanto pro bem, quanto pro mal. Não sou café com leite, não sou neutra. Sou intensa, sou inteira, sou corajosa, e, somente agora, depois de completar 61 voltas no Planeta, enfrento mesmo os meus medos e as minhas raivas. Espirro fazendo barulho, Berro quando eu tenho que berrar. Não sou contida, Não sou morna. Não sou transparente. Embora às vezes seja. Saio à francesa. Sou tímida, sou quietinha, falo baixo, falo manso. Engano as pessoas que pensam que eu sou calminha. Sou geminiana. Tenho duas caras. Dois pesos, duas medidas. Sou tudo isso, sou contradição.
Meu desafio: comunicação. Sim, fiz o curso de comunicação social, sou jornalista, fui assessora de imprensa. Me imagino com um megafone na mão gritando as coisas para o mundo ouvir. Mas gosto de ficar sozinha, gosto de ficar quietinha aqui no meu quarto, a escrever, a refletir, a pensar. Mas preciso dizer ao Mundo as coisas que faço, com todo o amor, todo o coração. Toda a alma, todo o propósito. Preciso praticar mais o que vim fazer aqui neste mundo. Preciso mostrar que escrever tem poder terapêutico e curativo, que é uma ferramenta que está ao alcance de todos. Preciso me comunicar. Preciso perseverar, preciso enfrentar todos os obstáculos deste longo caminho que é um constante subir (e descer) de montanhas, que é um abrir picadas na mata, e ao mesmo tempo ir agradecendo cada um desses obstáculos, que são degraus para a minha evolução.
Fico tão feliz com as minhas descobertas tão singelas que tenho vontade de chorar de alegria.
Vejo que estamos todos caminhando neste mesmo caminho e que os espinhos às vezes ferem a nossa alma, e nos cutucam, sem dó nem piedade.
Mas estamos aqui, todos nesta mesma nave. Um ajudando o outro, um estendendo a mão para aquele que tropeça. Quem nunca tropeçou? Quem nunca quis dar meia volta e retroceder? Quem nunca.... Mas quando esta pessoa insiste e vai, ela inspira muitas outras pessoas à sua volta a seguirem também.
Não tem jeito. Até o dia da nossa morte, aqui estamos, aqui aprendemos, aqui crescemos, aqui choramos e rimos. Vamos então escolher a luz, que torna a caminhada menos penosa. Vamos nos dar as mãos e prosseguir, vamos ser resilientes e ousados/as. Vamos ousar escolher a alegria e colecioná-la em potes coloridos.
Vamos perdoar, esquecer, cantar e dançar. Vamos respirar, olhar pra dentro e sentir o nosso coração bater com força e ritmo dentro do nosso peito. E vamos agradecer, agradecer e agradecer. A energia da gratidão preenche a minha alma. Amém.

quarta-feira, junho 05, 2019

Fazer aniversário sempre dá sorte



Amanhã é meu aniversário. Disseram que dá azar comemorar antes. Até o Papa disse isso!!!! Discordo. Também me disseram que sexta-feira 13 dá azar. Que gato preto dá azar. Para mim, são superstições. Uma vez aconteceu alguma coisa má em uma dessas circunstâncias e passaram a achar que então dava azar. E assim passou a ser. Tudo o que a gente acredita, assim é.

O músico Arrigo Barnabé (ou alguém usando o nome dele, vai saber) disse assim, há mais de 10 anos: "Tolice. Ancore-se no REAL, esquece essas besteiras... a vida é feita de fatalidades, ok!? tanto que tem gente que ganha na loteria justamente no dia do aniversário...  Mais comum ainda é o cara falecer no dia do seu aniversário tb. Ou seja, TUDO pode acontecer. Esquece essas besteiras, seja mais feliz."

Eu decidi que sexta-feira 13 é meu dia de sorte e batata! Toda sexta-feira 13 acontece alguma coisa boa na minha vida. Sempre, invariavelmente.

Hoje, fizeram uma festinha no coral, porque somos 3 aniversariantes de junho. A Márcia já fez aniversário e a Sonia faz hoje. O meu é só amanhã. E daí? Quem disse que não posso receber abraços, beijos e felicitações? As pessoas querem o bem umas das outras. E receber esse bem, essas energias positivas, sempre é bom, é gostoso, eleva a alma e o astral.

Portanto, quanto mais festa melhor! Amanhã tem mais festa e domingo também. Adoro festa, adoro fazer aniversário. “Ah, mas a gente fica mais velha...” E daí? Quem disse que ficar velha é ruim? Rugas, celulite e cabelos brancos já não me assustam mais há tempos.... Que venham os 61, 62, 63, 78, 89... estamos aí. Viver é bacana, eu gosto muito. Não sei bem como é o lado de lá, mas acho que deve ser bacana também. Então, tá tudo bem, tá tudo certo.

Tudo começou hoje com a caixa do supermercado me felicitando, pois estamos no mês do meu aniversário e eu sou cliente mais. Deve ser porque sou uma das que mais gasta dinheiro lá. Mesmo assim, eu gostei. Sei que é porque “apareceu no sistema”. Legal que tenha a data do meu aniversário no sistema. Queria também um vale-compras de 100 reais, mas ela só me deu parabéns mesmo. Tudo bem! Tá valendo.

Tô curtindo a vida e sigo aprendendo. Portanto, sigo jovem. No dia em que eu parar de aprender, poderei me considerar velha. Mas por enquanto, não. Me choco com algumas coisas e a minha filha me explica que é assim mesmo. Tento então acertar o passo e o pensamento. As coisas mudam, evoluem, embora a gente tenha a impressão, às vezes, que involuem (sei que a palavra não existe, mas peço uma licença poética para usá-la aqui). Mas acho que estamos errados, enxergando a vida com os nossos óculos velhos e embaçados.

É importante termos a mente e o coração abertos para o novo. É isso que nos mantém jovens e não a cirurgia plástica, a tintura nos cabelos e os tratamentos de beleza milagrosos. É importante não nos fecharmos no nosso mundinho e nas nossas ideias que já estão cheias de teias de aranhas e mofo.

Eu procuro sempre me desafiar e ficar atenta para não ser ranzinza e implicante. Isso não quer dizer que sempre consigo. Por isso usei o verbo “procuro”. Procurar nos mantém ativos e ligados no que acontece à nossa volta. Procurar nos mantém jovens. Mas que obsessão essa nossa de querermos permanecer nesse território tão estreito da juventude, né?

Outro dia nossa filha veio nos visitar e o porteiro anunciou, respeitoso, que a “Dona Biba” estava aqui! Ri muito. Até ela, do alto dos seus 26 anos, já está sendo chamada de Dona! Eu me lembro muito bem de quando começaram a me chamar de “senhora”. Eu tinha só 27 anos. Fiquei chocada. Agora, com 60, beirando o 61 por menos de uma hora, eu gosto que me cedam o lugar no transporte coletivo e aceito satisfeita a gentileza. Adoro pagar meia no cinema. Curto muito ser avó.
Por isso, podem me dar os parabéns todos os dias por estar viva e com saúde, que eu acho que eu mereço mesmo. Gracias a la vida!