Continuando a falar de trabalho... vamos lá...
Se existe uma coisa difícil neste mundo esta coisa é educar
filhos. Você vai pelo caminho do meio, tenta conciliar as coisas, tenta
apaziguar as situações, tenta entender as motivações daquela pessoa que já é
adulta e, ainda assim, não tá bom, não tá legal.
Os pais não foram feitos para simplesmente agradar aos
filhos. Muitas e muitas vezes eles precisam ir contra os filhos, para que eles
enxerguem “the big picture” ou “o todo”. Mas os jovens adultos tendem a
enxergar apenas um recorte da realidade e analisam todo o Universo a partir
daquele recorte.
Sem falar na paranoia, um traço da personalidade dessa
galera. Eles acham (ou melhor, tem certeza) que o Mundo está contra eles, e
especialmente os seus pais. Eles acham (tem certeza) que seus pais querem
controlar os seus passos, que querem definir o seu futuro e, por um lado, estão
certos. Nenhum pai (ou mãe) quer que seu/sua filho/a sofra. Quando o bebê se
machuca, não tem mãe que (secreta ou abertamente) não preferisse que o
machucado fosse nela e não naquele serzinho que ela já ama tanto.
Mãe é louca mesmo. Toda mãe é louca. Abre mão da “vida
própria” em detrimento daquela criaturinha que nasce chorando, demandando,
exigindo seu tempo, sua energia, seu leite, suas horas, seus minutos, sua
dedicação, sua atenção.
E não, nunca o que a mãe dá é o suficiente. Aquele serzinho
sempre quer mais e mais.
O que ele te dá em troca? Às vezes, um sorriso. Às vezes,
aquela mãozinha segura na sua, ou no seu peito, ou no seu cabelo. E você tem
vontade de congelar aquele instante pra sempre. Mas não. O instante passa
rápido e dali a pouco, a criança já está trocando os dentes de leite pelos
definitivos. Logo mais, tá dizendo que aquele seu vestido é horroroso ou te
pede para parar de cantarolar aquela música que está tocando no rádio porque
você é muito desafinada.
Mas passa de ano, te dá um desenho, ou uma flor murcha. Ou
faz um bilhetinho dizendo que você é a melhor mãe do mundo (e você acredita
piamente naquilo).
E assim vai.
Até o dia em que a sua criança precisa escolher “o que vai
ser quando crescer” e é aquela crise danada. Você matricula na orientação
vocacional, manda viajar, faz o diabo, achando que quando ele/ela voltar, já
vai ter descoberto o seu destino. Mas não. A pessoa ainda tem 18 anos e mal
imagina como é o “mundo lá fora”, ainda que tenha passado um semestre ou dois
no exterior.
Daí entra em uma faculdade, no estágio e parece que está
tudo caminhando bem... Ledo engano. A pessoa chora e diz que não é feliz. Nada
do que você faça ou diga parece ajudar. E os pais se perguntam: “Meu Deus, onde foi
que eu errei?”. Porém, não há resposta para essa pergunta e você continua
tentando acertar. Nesse jogo de ensaio e erro, nada é certo. Nada é garantido.
Você começou o jogo lá atrás, mas as regras mudam a cada lance e o tabuleiro
muda de lugar, as peças se alternam e vão e vem e você se confunde com esses
movimentos que parecem girar em círculos viciosos. Não dá para você viver a
vida do seu filho/a. Por mais que você se esforce, ele tem que traçar o seu
caminho e não tem borracha para apagar os movimentos no sentido errado.
E você vira mero espectador dessas idas e vindas, sem poder
controlar o tempo, o mundo, as pessoas, as amizades e os amores. Daí você descobre
o que é a dor mais funda de todas, o seu coração se esmigalha dentro do seu
peito ao ver que aquela criancinha a quem você tentou educar com todo o amor e
carinho está se sentindo sozinha e abandonada. E por mais que você insista para
ela se aconchegar no seu colo, o que funcionava há 10, 15 anos atrás, não
funciona mais.
O pior de tudo é que você sabe que o que ele/a quer é
exatamente o que você quer para ele/a: que ele/a seja feliz! Só isso. Será que
é pedir muito, meu deus do céu??
Por que tem que ser tão difícil assim conquistar essa
felicidade? Ou será que a felicidade é “brinquedo que não tem”, como diz a
letra daquela música? E, se não tiver mesmo, como continuar vivendo e buscando
essa utopia?
Como educar uma criatura assim tão complexa, tão adulta, tão
cheia de problemas, tão infeliz?
Ainda bem que eu tenho Fé. E a minha Fé me diz que eu não
estou sozinha nessa tarefa. Minha filha tem o seu Anjo da Guarda, que a protege
e inspira em todos os momentos e que é a única “pessoa” que pode ajudá-la,
muito melhor do que eu mesma.
Para ilustrar, este link:
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