domingo, abril 27, 2014

O trabalho mais difícil do mundo



Continuando a falar de trabalho... vamos lá...

Se existe uma coisa difícil neste mundo esta coisa é educar filhos. Você vai pelo caminho do meio, tenta conciliar as coisas, tenta apaziguar as situações, tenta entender as motivações daquela pessoa que já é adulta e, ainda assim, não tá bom, não tá legal.
Os pais não foram feitos para simplesmente agradar aos filhos. Muitas e muitas vezes eles precisam ir contra os filhos, para que eles enxerguem “the big picture” ou “o todo”. Mas os jovens adultos tendem a enxergar apenas um recorte da realidade e analisam todo o Universo a partir daquele recorte.
Sem falar na paranoia, um traço da personalidade dessa galera. Eles acham (ou melhor, tem certeza) que o Mundo está contra eles, e especialmente os seus pais. Eles acham (tem certeza) que seus pais querem controlar os seus passos, que querem definir o seu futuro e, por um lado, estão certos. Nenhum pai (ou mãe) quer que seu/sua filho/a sofra. Quando o bebê se machuca, não tem mãe que (secreta ou abertamente) não preferisse que o machucado fosse nela e não naquele serzinho que ela já ama tanto.
Mãe é louca mesmo. Toda mãe é louca. Abre mão da “vida própria” em detrimento daquela criaturinha que nasce chorando, demandando, exigindo seu tempo, sua energia, seu leite, suas horas, seus minutos, sua dedicação, sua atenção.
E não, nunca o que a mãe dá é o suficiente. Aquele serzinho sempre quer mais e mais.
O que ele te dá em troca? Às vezes, um sorriso. Às vezes, aquela mãozinha segura na sua, ou no seu peito, ou no seu cabelo. E você tem vontade de congelar aquele instante pra sempre. Mas não. O instante passa rápido e dali a pouco, a criança já está trocando os dentes de leite pelos definitivos. Logo mais, tá dizendo que aquele seu vestido é horroroso ou te pede para parar de cantarolar aquela música que está tocando no rádio porque você é muito desafinada.
Mas passa de ano, te dá um desenho, ou uma flor murcha. Ou faz um bilhetinho dizendo que você é a melhor mãe do mundo (e você acredita piamente naquilo).
E assim vai.
Até o dia em que a sua criança precisa escolher “o que vai ser quando crescer” e é aquela crise danada. Você matricula na orientação vocacional, manda viajar, faz o diabo, achando que quando ele/ela voltar, já vai ter descoberto o seu destino. Mas não. A pessoa ainda tem 18 anos e mal imagina como é o “mundo lá fora”, ainda que tenha passado um semestre ou dois no exterior.
Daí entra em uma faculdade, no estágio e parece que está tudo caminhando bem... Ledo engano. A pessoa chora e diz que não é feliz. Nada do que você faça ou diga parece ajudar.  E os pais se perguntam: “Meu Deus, onde foi que eu errei?”. Porém, não há resposta para essa pergunta e você continua tentando acertar. Nesse jogo de ensaio e erro, nada é certo. Nada é garantido. Você começou o jogo lá atrás, mas as regras mudam a cada lance e o tabuleiro muda de lugar, as peças se alternam e vão e vem e você se confunde com esses movimentos que parecem girar em círculos viciosos. Não dá para você viver a vida do seu filho/a. Por mais que você se esforce, ele tem que traçar o seu caminho e não tem borracha para apagar os movimentos no sentido errado.
E você vira mero espectador dessas idas e vindas, sem poder controlar o tempo, o mundo, as pessoas, as amizades e os amores. Daí você descobre o que é a dor mais funda de todas, o seu coração se esmigalha dentro do seu peito ao ver que aquela criancinha a quem você tentou educar com todo o amor e carinho está se sentindo sozinha e abandonada. E por mais que você insista para ela se aconchegar no seu colo, o que funcionava há 10, 15 anos atrás, não funciona mais.
O pior de tudo é que você sabe que o que ele/a quer é exatamente o que você quer para ele/a: que ele/a seja feliz! Só isso. Será que é pedir muito, meu deus do céu??
Por que tem que ser tão difícil assim conquistar essa felicidade? Ou será que a felicidade é “brinquedo que não tem”, como diz a letra daquela música? E, se não tiver mesmo, como continuar vivendo e buscando essa utopia?
Como educar uma criatura assim tão complexa, tão adulta, tão cheia de problemas, tão infeliz?

Ainda bem que eu tenho Fé. E a minha Fé me diz que eu não estou sozinha nessa tarefa. Minha filha tem o seu Anjo da Guarda, que a protege e inspira em todos os momentos e que é a única “pessoa” que pode ajudá-la, muito melhor do que eu mesma. 
Para ilustrar, este link: 

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