sábado, maio 08, 2004

Satisfação
Me sinto assim na obrigação de dar uma satisfação sobre o parecer que a editora me mandou ontem, já que usei aqui o espaço do blog para dividir com vc minha aflição da expectativa da resposta.
Bom, a resposta não foi boa. Mas eu fiquei feliz por pelo menos ter sido levada em consideração.

A resposta foi essa:
"eles resolveram não publicá-lo por que é um tipo de texto que está fora de nossa linha editorial: narrativa.
Para ser bem sincera com você, a Editora até publica, mas de autores que já têm algum livro com a gente com a produção do texto orientada por nós.
Agora, como você pediu, vou falar sobre a minha impressão – sincera – do livro (não posso mandar a análise que apresentei ao nosso Conselho porque ela é confidencial). A primeira coisa é que senti falta de uma introdução, que explicasse seus objetivos como autora e contasse um pouco como chegou à idéia de escrevê-lo nesse formato. Como ele é uma espécie de monólogo, às vezes a leitura fica meio confusa, principalmente no início. Demora um pouco para a gente entender o esquema de escrita.
Outra questão é que fiquei pensando o que você deseja que o seu leitor faça depois de terminar que ler o livro. Minha sensação é de ele é uma espécie de diário muito particular, que não traz fórmulas nem reflexões, pois apresenta uma situação muito particular. Teria de sair do particular para o universal. Aí você pode me dizer: “mas o desemprego não é universal?”. É, mas o texto ficou muito particular. Teria de ampliar conceitos, deixar mais claro como você pretende ajudar as pessoas com seu livro.
Bem, é isso. Espero não ter sido dura em minhas críticas e desejo sucesso em sua empreitada. "

O parecer colocou bem o dedo na ferida: eles querem algo mais comercial, que eu luto para não fazer. Oh! Dilema! E também tenho em mim essa outra questão, a do particular para o universal. Eu acho que quanto mais particular, mais universal a "obra de arte" se torna.

No Chá com Fantasmas a discussão, às vezes, é sobre cinema americano x cinema europeu. Eu acho que o meu suposto livro está mais para cinema europeu. O problema é achar uma editora que resolva apostar nele... ai, ai.

Blog nem sempre serve só p/ coisas "boas" ou superficiais. Para mim, essas questões são tão fundamentais quanto o ar que eu respiro.

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