terça-feira, dezembro 01, 2015

Um irmão ou uma irmã, por favor


Eu tenho certeza que pedi para vir filha única nesta vida para pagar algum pecado do passado. A falta que eu sinto de um irmão ou uma irmã é algo que dói muito dentro do meu peito, quase todos os dias. Agora, por exemplo, tenho que imprimir etiquetas. Coisa besta, que qualquer irmão mais velho diria assim: "Dá aqui que eu faço pra você!".
Não, não tenho esta pessoa.
Por um lado, é até bom, pois a dificuldade me obriga a aprender as coisas sozinha. Quase sempre eu consigo. Mas dói. Dói bastante.
Agora, acabei de ver um comercial, o mais lindo do Natal. O vovô informa aos filhos e parentes que morreu. Mas ele não morreu, ele quer apenas reunir a família em torno da mesa posta e tudo vira festa. Chorei litros.
Litros, litros...
Nessa época de Natal, muito mais do que em qualquer outra época, eu fico mais emotiva do que nunca. As famílias de margarina me fazem falta. Sinto falta de festa, de mesa cheia, de casa cheia.
Costumo convidar as pessoas para virem me visitar, E elas quase sempre vêm e sempre que vêm me dizem que gostam da minha casa, que ela é acolhedora e tal. Mas nesta época de Natal, eu tenho vontade de fugir para bem longe. Minha casa é grande, o que acentua a falta de gente circulando por aqui.
Sei que não há culpados.
Mas dói.
Se a intenção era me ensinar alguma lição com esta vida aqui, o Destino conseguiu.
Também tem o fato de a minha filha estar longe, bem longe de mim desde agosto.
Um pai que mora em uma outra cidade.
A mãe em outro bairro.
É tudo longe, distante, complicado.
Às vezes, tudo o que a gente mais deseja é um monte de gente ao redor de uma mesa bonita, festejando a vida.
Mas como é difícil que esses momentos aconteçam e, mais ainda, que aconteçam em plena harmonia!
Tudo o que a gente deseja é paz e amor.
Por que tem que ser tão difícil?