quinta-feira, abril 23, 2009

O estranho, intrincado e nebuloso caminho das roupas sujas do cesto até o armário de novo


Acho que as crianças deveriam aprender isso na escola.

As roupas simplesmente surgem de volta nas gavetas e nos cabides, limpinhas e cheirosas, né?

Mas para isso, percorrem um longo e desconhecido caminho.

Primeiro, elas vão para a máquina de lavar. Mas se estiverem muito sujas, tem o processo químico da pré-lavagem.

Na máquina, há diversos opcionais: alvejantes, sabões em pó de diferentes qualidades e amaciantes tão mais cheirosos quanto mais caros forem.

Isso sem falar naquelas roupas que precisam ser quaradas (nunca vi essa palavra escrita antes!!) ou então ficar de molho em soluções

Depois disso, as roupas precisam ser estendidas no varal, mas não de qualquer jeito.

Dependendo da roupa, precisam ser estendidas de um jeito determinado. Os lençóis, então, ah, esses são um caso à parte.

Bom, e depois disso, as roupas precisam ser recolhidas (se chover, você tem que sair correndo p/ fazer isso).

E dobradas, e então desdobradas e passadas, usando produtos químicos específicos para ajudar nessa tarefa também.

E depois empilhadas, transportadas para os quartos respectivos, desempilhadas e guardadas.

E depois acham que o trabalho da dona de casa é moleza.

Se você adiar a tarefa, por umas duas ou três semanas, a conclusão é que precisará de mais ou menos quatro horas para apenas passar e empilhar tudo.

 

sexta-feira, abril 17, 2009

As aparências

Você já ouviu falar de Susan Boyle?
Eu também nunca tinha ouvido falar, até que recebi um e-mail de uma amiga agora na hora do almoço. 
Minha sobremesa? Foram lágrimas, muitas delas. 
De emoção, um pouco de remorso, um pouco por me sentir assim como a Susan, desacreditada muitas vezes... 
Mas vamos analisar o caso pelo lado do amor. 
Muitos de nós muitas vezes estamos ao lado do nosso grande amor, convivemos com ele (ou ela) mas desacreditamos que aquela pessoa possa ser a pessoa certa pra gente.
Fulano? Ah, não... E passamos a nos referir à aparência daquela pessoa como o empecilho para que a felicidade aconteça. 
Nós vivemos em um tempo em que as aparências contam muito! 
Eu também me emociono com aqueles programas americanos do antes e depois. 
Pegam uma pessoa comum, mas mais pra "feia", com cabelo desgrenhado, dentes tortos, roupas fora de moda, e fazem aquela transformação. 
Daí todo mundo fica feliz no final, a pessoa "repaginada" recupera sua auto-estima e tudo o mais. 
Mas quem disse que as coisas precisam ser assim? 
Quantas Susans mais serão necessárias para que a gente finalmente compreenda que o valor da pessoa não está nos seus cabelos, nas suas roupas, nos dentes e na maquiagem? 
Ainda não aprendemos a lição, essa que é a verdade. 
Mas já falei muito, o que você precisa fazer agora é clicar nesse link e ver o vídeo, se é qua ainda não viu. 
O vídeo é mais do que imperdível. É absolutamente necessário nos tempos de hoje. 
Depois, você me conta, tá? 
 

terça-feira, abril 14, 2009

A insatisfação do ser humano

Quando menina, eu pensava que nunca faria o serviço doméstico. "Por isso que eu estudo (eu era praticamente uma cdf), vou trabalhar, nunca vou fazer o serviço doméstico", pensava eu, na minha tola ignorância.

Hoje, o tempo que economizo com o trânsito de SP gasto com a casa, a roupa, a comida....

Meu sonho adolescente era o de duas empregadas: quando uma estivesse de folga, a outra estaria no batente.

Eu queria empregada de novela, sabe? Aquelas que sabem fazer de um tudo, sem precisar mandar... Ou então uma tia Nástácia que cozinhasse bem e mandasse em mim. Mas enfim, minha vida tá beeeeem diferente desse sonho dourado. Minha casa tem 4 andares e muito, muito, muito trabalho.

Fora que o serviço doméstico não dá $$$ e eu tô em uma fase crítica, em que preciso que coisas e propostas dêem certo. Ou seja, nunca estive tão ocupada em toda a minha vida, embora não esteja “trabalhando” no sentido oficial da palavra. 

Por isso, vou demorar um pouco pra fazer o meme que a Evellyn me passou..... 

quinta-feira, abril 09, 2009

Mãe

Recebi outro e-mail muito publicável aqui no Consulta. 
Tudo a ver. Até acho que já tinha lido, mas vale a pena! 
(não que minha mãe seja assim, que fique bem claro)
Mas serve pra gente ficar alerta e não cometer esse tipo de erro com as nossas filhas. 

Mãe: Alô?
Filha: Mãe? Posso deixar os meninos contigo hoje à noite?
Mãe: Vai sair?
Filha: Vou.
Mãe: Com quem?
Filha: Com um amigo.
Mãe: Não entendo porque você se separou do teu marido, um homem tão bom...
Filha: Mãe! Eu não me separei dele! ELE que se separou de mim!
Mãe: É... você me perde o marido e agora fica saindo por aí com qualquer um...
Filha: Eu não saio por aí com qualquer um. Posso deixar os meninos?
Mãe: Eu nunca deixei vocês com a minha mãe, para sair com um homem que não fosse teu pai!
 Filha : Eu sei, mãe. Tem muita coisa que você fez que eu não faço!
Mãe: O que você tá querendo dizer?
Filha: Nada! Só quero saber se posso deixar os meninos.
Mãe: Vai passar a noite com o outro? E se teu marido ficar sabendo?
Filha: Meu EX-marido!! Não acho que vai ligar muito, não deve ter dormido
uma noite sozinho desde a separação!
Mãe: Então você vai dormir com o vagabundo!
Filha: Não é um vagabundo!!!
Mãe: Um homem que fica saindo com uma divorciada com filhos só pode ser um vagabundo, um aproveitador!
Filha: Não vou discutir, mãe. Deixo os meninos ou não?
Mãe: Coitados... com uma mãe assim...
Filha: Assim como?
Mãe: Irresponsável! Inconseqüente! Por isso teu marido te deixou!
Filha: CHEGA!!!
Mãe: Ainda por cima grita comigo! Aposto que com o vagabundo que tá saindo contigo você não grita.
Filha: Agora tá preocupada com o vagabundo?
Mãe: Eu não disse que era vagabundo!? Percebi de cara!
Filha: Tchau!!
Mãe: Espera, não desliga! A que horas vai trazer os meninos?
Filha: Não vou. Não vou levar os meninos, também agora não vou mais sair!
Mãe: Não vai sair? Vai ficar em casa? E você acha o que, que o príncipe encantado vai bater na tua porta? Uma
mulher na tua idade, com dois filhos, pensa que é fácil encontrar marido? Se deixar passar mais dois anos, aí
sim que vai ficar sozinha a vida toda! Depois não vai dizer que não avisei! Eu acho um absurdo, na tua idade
você ainda precisar que EU te empurre para sair!



quarta-feira, abril 08, 2009

A química do chocolate

Sei que a maior parte das pessoas ama chocolate. 
Não é meu caso. 
Quando eu era pequena, havia um mito que chocolate fazia mal pra mim, que eu era alérgica. Então, na Páscoa, o máximo que eu ganhava eram as balas de leite da Kopenhagen. Que são até boas, mas não são de chocolate. 
Ou seja, criei um mecanismo de defesa: ah, é? Também eu não gosto de chocolate, tá? 
E assim foi. 
Quando eu estava no Universia, escrevi uma matéria bem bacana sobre chocolate, isso faz dois anos. 
Tem até um teste lá pra fazer, sorbe mitos e verdades, muito legal. 
Agora a pergunta: por que tudo o que é bom dura pouco? (no caso, meu emprego, não o chocolate). 
Eu gosto tanto de escrever... Mas enfim... é a vida. 
Queria aproveitar e pedir ao coelhinho da Páscoa que me desse bons projetos de trabalho para que eu possa comprar muitos chocolates p/ dar de presente pra quem gosta. 
É isso. 
Se quiser, pode acessar minha matéria aqui neste link

... e aqui, o "aperitivo":



quinta-feira, abril 02, 2009

Do mundo virtual ao espiritual


Recebi da Evellyn por e-mail e gostei tanto que resolvi publicar. Tô vendo aqui que ela também publicou no blog dela. Depois, me conta o que achou. A imagem do shopping é pra mostrar como a fachada é mesmo parecida com a de uma igreja. Eu nunca havia pensado nisso! O texto é atribuído ao Frei Betto.  

Ao viajar pelo Oriente, mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do  Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos e em paz nos seus mantos cor de açafrão.  Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam. Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, todos comiam vorazmente. Aquilo me fez refletir: 'Qual dos dois modelos produz felicidade?'

Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: 'Não foi à aula?' Ela respondeu: 'Não, tenho aula à tarde'. Comemorei: 'Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir até mais tarde'. 'Não', retrucou ela, 'tenho tanta coisa de manhã...' 'Que tanta coisa?', perguntei. 'Aulas de inglês, de balé, de pintura, piscina', e começou a elencar seu programa de garota robotizada. Fiquei pensando: 'Que pena, a Daniela não disse: 'Tenho aula de meditação!

Estamos construindo super-homens e super  mulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente  infantilizados.

Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: 'Como estava o defunto?'. 'Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!' Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?

Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizinho de prédio ou de quadra! Tudo é virtual. Somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. E somos também eticamente virtuais...

A palavra hoje é 'entretenimento'; domingo, então, é o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se  apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela. Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: 'Se tomar este refrigerante, vestir este  tênis,  usar esta camisa, comprar este carro,você chega lá!' O problema é  que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba  precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose.

O grande desafio é começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental  três requisitos são indispensáveis: amizades,  autoestima, ausência de estresse.

Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping-center. É curioso: a maioria dos shoppings-centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de  missa de domingo. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas...

Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Deve-se passar cheque pré-datado, pagar a crédito,  entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno... Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo  hambúrguer do Mc Donald...

Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: 'Estou apenas fazendo um passeio socrático.' Diante de seus olhares espantados, explico: 'Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia: "Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz !"

quarta-feira, abril 01, 2009

Oração para ser um velhinho ou velhinha legal..

Recebi por e-mail e achei bastante coerente!! rsrsrs

Ó Senhor, tu sabes melhor do que eu que estou envelhecendo a cada dia.
Sendo assim, Senhor, livra-me da tolice de achar que devo dizer algo,em toda e qualquer ocasião.
Livra-me, também, Senhor, deste desejo enorme que tenho de querer pôr em ordem a vida dos outros.
Ensina-me a pensar nos outros e ajudá-los, sem jamais me impor sobre eles, mesmo considerando com modéstia a sabedoria que acumulei e que penso ser uma lástima não passar adiante.
Tu sabes, Senhor, que desejo preservar alguns amigos e uma boa relação com os filhos, e que só se preserva os amigos e os filhos...... quando não há intromissão na vida deles.Livra-me, também, Senhor, da tolice de querer contar tudo com detalhes e minúcias e dá-me asas para voar diretamente ao ponto que interessa.

Não me permita falar mal de alguém.
Ensina-me a fazer silêncio sobre minhas dores e doenças..Elas estão aumentando e, com isso, a vontade de descrevê-las vai crescendo a cada ano que passa.
 
Não ouso pedir o dom de ouvir com alegria a descrição das doenças alheias; seria pedir muito.
Mas, ensina-me, Senhor, a suportar ouvi-las com paciência.
 Ensina-me a maravilhosa sabedoria de saber que posso estar errada em algumas ocasiões.
Já descobri que pessoas que acertam sempre são maçantes e desagradáveis.Mas, sobretudo, Senhor, nesta prece de envelhecimento, peço:
Mantenha-me a mais amável possível. 

Livrai-me de ser santo(a).
É difícil conviver com santos!Mas um(a) velho(a) rabugento(a), Senhor,
é obra prima do diabo!
Me poupe!!!
Amém!