sexta-feira, junho 12, 2020

Eu me amo, não posso mais viver sem mim





Hoje é o tal dia dos namorados. Há um ano, algo aconteceu que o cristal despedaçou, estilhaçou em mil pedaços impossíveis de serem colados de novo.

Mas estou aqui para falar de um novo caso de amor. É um amor profundo, verdadeiro e sincero. Quero falar sobre a autoestima. Mas prefiro chamar de autoamor.

“Eu me amo, não posso mais viver sem mim” – cantava a Ultraje a Rigor nos anos 80, acho.

A questão é que aprendi muito ultimamente sobre amar a mim mesma. Tudo começou um dia desses, enquanto eu tomava sol na área de serviço. Descobrimos, recentemente, que a chaise/casinha de cachorro que meu filho deixou aqui em casa é perfeita para tomar sol na área de serviço. Está uma festa! Minha mãe e eu nos revezamos e tomamos sol, sempre que possível. Uma delícia.

Mas naquele dia eu estava sentada no chão, na soleira da porta da cozinha. E comecei a acariciar a minha perna. Comecei a observar as marcas que sempre tive na perna. Mas o meu olhar, subitamente, deixou de ser crítico e de procurar defeitos naquela parte do meu corpo. O que eu senti foi um amor. Um amor muito profundo e verdadeiro pelo meu corpo, que me carrega e me sustenta vida afora. Nesta vida material que anima a nossa alma. Percebi que minha alma mora dentro deste corpo e que eu o amo muito, e o respeito bastante, também.

Percebi que não só eu, mas todos nós devemos amar os nossos corpos. Amar no sentido de agradecer a ele por ser o mais saudável possível, amar no sentido de valorizar todas as suas curvas e saliências, e até as rugas e a flacidez. Os cabelos brancos. Somos cada partezinha do nosso corpo. Por que a gente tem a tendência de só enxergar aquilo de que não gostamos nele, né?? Não, precisamos mudar o nosso olhar. O nosso corpo merece e precisa de todo nosso amor, nosso respeito.

Este foi o primeiro insight (ou epifania).

O segundo foi outro dia, quando o Lufe Gomes (do canal Lifeby Lufe, no YouTube – que se você não conhece, tem que ir lá voando) falou sobre como ele ouve as músicas de amor. Ele diz que, ao invés de pensar em uma “pessoa amada idealizada”, ele pensa nele mesmo quando ouve esse tipo de música. Ele estava falando especificamente desta música linda da Cassia Eller.  /

Gente, aquilo foi muito revelador pra mim, porque eu, do alto dos meus 62 anos, NUNCA tinha pensando nisso. Foi demais, abriu meus olhos.

Ele ainda voltou ao assunto outro dia, quando comentou sobre a autoajuda. A palavra está bem desgastada, mas o sentido dela não. Nunca foi tão urgente que cada pessoa se responsabilize pela sua própria cura. Chega de mimimi.

Uma das coisas mais corajosas que fiz, desde o dia dos namorados de 2019 até hoje, foi me amar. Tomei uma atitude drástica que me trouxe o que eu mais precisava, que era PAZ. E agora estou a descobrir que não preciso procurar o AMOR do lado de fora. O amor mora aqui dentro de mim, mora dentro do meu próprio coração. Isso e muito libertador.

Esta noite, vou brindar ao amor. Sozinha? Jamais! Na minha própria e luxuosa companhia.