quinta-feira, outubro 23, 2014

Budapeste - São Paulo: uma história de amor


Férias, Budapeste. A caminho da Romênia, terra do meu sogro. Filha e marido na mesma viagem. O mercado de Budapeste é um desses lugares inesquecíveis, daqueles que você leva na bagagem: cores, perfumes, sensações, cheiros, artesanato... Cada barraquinha mais linda do que a outra, uma coisa de louco. Em uma delas, uma bolsa amarela sorri para mim. "PRECISO daquela bolsa!", me entrego ao desejo consumista e pergunto o preço ao simpático vendedor, que nos conta que é da Romênia e que vai dar tudo certo na próxima etapa da nossa viagem (estávamos preocupados). Nisso, conversa vai, conversa vem, descobrimos que seu nome é Silviu (com "u") e que ele tem uma namorada brasileira, que fará aniversário em breve. Ele nos pergunta se nós poderíamos trazer um presente para ela.
- Claro! - respondo, já imaginando que ela mora na zona leste ou norte (e só quem mora em São Paulo sabe o que significa atravessar a cidade... rsrsrs).
Porém, ela mora em Perdizes. Detalhe: minha filha estuda na PUC. Ou seja, ponto para o destino!!

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A viagem prossegue, vamos para a Romênia e voltamos. Passar no mercado é fácil, pois o carro que alugamos na Alemanha está estacionado ali ao lado. Silviu faz questão de nos mostrar o que comprou: uma linda bolsinha de couro que só existe lá e chocolates deliciosos, de menta. Dá uma caixinha com os mesmos chocolates para nós também. E faz uma encomenda: que a gente compre rosas, seis brancas e uma vermelha no centro. Na Hungria não se dá número par de flores, somente para os mortos.

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Ainda faltavam três meses para o aniversário da namorada dele. Quer mais uma coincidência? Ela se chama Silvia! Mas o tempo passa rapidamente, como todos sabemos. E chega o grande dia: 21/10, terça-feira.

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A tarefa de ligar para ela e combinar a entrega do presente fica com a minha filha, por questões puramente práticas. E eu, desde cedo, estou muito envolvida com essa história e fico trocando mensagens pelo Viber com o Silviu, que está igualmente ansioso, e com a minha filha, pelo Whatsapp. Porém, o grande momento só acontecerá no fim da tarde.

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- Mãe, ela foi super fofa!
- Tirou foto?? Eu fiquei de mandar para o Silviu!
- Ah, mãe, não deu tempo...

Enquanto isso, o Silviu não se cansava de me agradecer.

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E o epílogo desse capítulo da história de amor termina com um diálogo pelo Whatsapp, entre a Silvia (a princesa da história) e a minha filha (a fada madrinha):

Oi Marjorie! Eu gostaria de agradecer você e toda a sua família, pelo carinho, atenção e cumplicidade com o Miki para deixar nossa história de amor ainda mais especial! Vocês nem imaginam como estamos felizes e gratos por isso! Realmente foi muito especial! Te agradecemos de coração! Abraços - Silvia

Ah, Silvia! Imagina! Foi um enorme prazer para a gente participar de tudo isso! Histórias como a de vocês são lindas e merecem ser vividas com tudo de bom que existe! Vocês dois são demais e eu e minha família desejamos muitas felicidades a vocês! Esperamos que um dia ele também venha para o Brasil e a gente possa marcar um encontro todos juntos! Beijos, boa viagem e mais uma vez, muitas felicidades para vocês! :)

Eu mandei foto das flores para ele! Quando eu voltar de lá eu escrevo contando as novidades! E com certeza quando ele vier para o Brasil a gente vai encontrar vocês! Beijos com muito carinho!!!

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Fala aí! É ou não é uma linda história de amor??? Ainda tô emocionada.

quarta-feira, outubro 15, 2014

Amor platônico



Engraçado. Nunca falei sobre esse tipo de amor aqui no blog. Em grego, existem várias palavras para designar múltiplos tipos de amor. E nem preciso me incomodar em explicar, pois o assunto está muito bem explicado aqui neste blog. Assim como a dona daquele blog, quisera eu ter escrito o texto que o brilhante pensador cultural australiano e co-fundador da The School of Life em Londres, Roman Krznaric escreveu com tanta propriedade. Mas não precisa, ele já escreveu.
O que me causa estranheza é que neste artigo ele não menciona o amor platônico.
Quando estudei Filosofia, aprendi que o amor platônico não é do jeito que a gente imagina: aquela coisa que nunca se concretiza, que nunca se efetiva. Que fica apenas nos devaneios do amante. Que não sabe se é ou não correspondido.
Na Wikipédia tem uma longa explicação sobre amor platônico e socrático. Mas a frase que explica a minha visão sobre o amor platônico é esta:

Platão defendia que o Verdadeiro Amor nunca deveria ser concretizado, pois quando se ama tende-se a cultuar a pessoa amada com as virtudes do que é perfeito. Quando esse amor é concretizado, não raro aparecem os nativos defeitos de caráter da pessoa amada.

Estou fazendo este post apenas para reflexão... será que estamos amando todos os tipos de amor que podemos? Nós estamos aqui no Planeta Terra para isso: aprender a amar. Vamos aproveitar todas essas formas de amor. Se joga! (como diz meu professor de zumba)