Estava outro dia a conversar com a minha filha pelo WhatsApp, para insistir com ela que venha ao meu casamento, na próxima segunda-feira. Ela está comprometida com um projeto no trabalho que exige dela total dedicação. Ainda assim, acho que conseguirá vir a este que, como eu disse a ela mais cedo, será “meu último casamento”.
Prestes a completar 65 anos de vida, eu jamais poderia
imaginar que seria a “noiva” de novo.
Mas surpreendentemente (até para mim) é isso que está a acontecer na minha
vida.
Minha amiga Priscilla, “bruxinha”, numeróloga, taróloga, consteladora
familiar, psicanalista etc... bem que tinha me dito que eu me casaria
novamente. Mas eu dei pouca importância a essa sua adivinhação, considerando
que fosse uma situação totalmente improvável, impossível, impensável.
Mas eu estava enganada. O tal do Destino tinha outros planos
para mim e conheci o “amor da minha vida” quando eu menos esperava. Fui fisgada
pela flecha do Cupido. Quando ele me falou em casamento pela primeira vez,
entrei em pânico. Tinha tomado a decisão de nunca mais me casar com quem quer
que fosse. Mas isso foi antes de conhecê-lo. E de amá-lo. Profundamente, como
eu o amo. E como – arrisco a confessar – jamais amei ninguém em toda a minha
vida. E nunca fui tão amada, com tanta dedicação, com tanto carinho, com tanta
atenção e delicadeza. Minuciosamente: é assim que ele me ama.
Já eu... sou bem mais destrambelhada e vivo falando por cima
dele (o que o irrita e me entristece). O fato é que eu saí de São Paulo e da
loucura daquela megalópole maior do que o meu novo país inteirinho, só pra
ficar perto dele, pra dormir e acordar todos os dias ao lado dele. Pra fazê-lo
feliz. Mas... São Paulo não saiu de dentro de mim. E duvido que algum dia
sairá. Moro em uma aldeia, mas trago comigo a agitação de uma cidade
desproporcional de tão grande. Uma cidade violenta, por um lado, mas que acolhe
quem quer que seja que por lá chega em busca de “uma vida melhor”. Melhor? Não
tenho tanta certeza.
Em São Paulo, só os fortes sobrevivem à sua poluição do ar e
sonora, à sua violência, à sua falta de jeito com os seus moradores e
visitantes, ao seu aspecto cinzento e duro. São Paulo não é uma cidade fácil.
Mas não venha me falar mal dela. É a “minha” cidade, o berço onde nasci e eu
até me dava mais ou menos bem com ela. Tirando as vezes em que fui assaltada.
Mas essa é outra história.
Estou aqui para falar do meu último casamento desta vida
terrena. Que será na segunda-feira, dia 22 de maio. Sim! Serei uma das “noivas
de maio” e eu nem estava em busca desse título, que costumava ser tão aclamado,
sonhado e desejado pelas moçoilas casadoiras. Nem mesmo me casar vestida de
branco nunca foi algo importante para mim. E hoje me deparo com a expectativa
de que essa data nos dê sorte. Estou cheia de esperança de que meu casamento
seja feliz. Que uma nova era se inicie na minha vida, e na do meu marido.
Meu compromisso principal é dar a ele tudo de bom que ainda
não ganhou nesta Vida. Estou totalmente focada em dar ao meu marido uma vida de
amor, de paz e de saúde. Prometi a ele fazer tudo o que estiver ao meu alcance
para atingir esse objetivo.
Estou prestes a me casar com o homem da minha vida e isso é
mesmo muito emocionante.
Tanto faz a idade que temos.
Quero a alegria dos dias leves e calmos, o quentinho do sentimento
de estar em casa, finalmente. Nossa casa é maximalista. Mas nosso estilo de
vida é minimalista. Aprendi uma música aqui no meu novo Coral das Caldas da
Rainha, chamada A gente vai continuar (de Jorge Palma) que aconselha: “Reduz
as necessidades, se queres passar bem”. E subitamente descobri que sou rica. Muito
rica. Para ser rica, basta gastar menos (porque assim sobra mais dinheiro) e
reduzir as necessidades. Parece óbvio, mas muita gente se esquece dessa verdade
tão clara.
Além disso, me sinto rica por ter tido a ventura de
encontrar a maior riqueza disponível a um ser humano que é um relacionamento
feliz. Outro dia, estávamos passeando por aquela loja luxuosa de Lisboa, El
Corte Inglés, e descobri que o que tínhamos não está à venda em nenhuma
daquelas lojas de grife que existem ali. Isso sim é que vale... só o amor, o
bom e velho amor.
O fato é que aqui está a minha mamãe, do alto dos seus 87
anos de idade, que vai ter a alegria de ver sua filhinha se casar com o homem
que ela ama. Isso, por si só, já é algo espetacular. E a minha filha também
poderá ser testemunha desse nosso ato de amor. Não é demais??
Sei que eventualmente gente da minha idade também se casa.
Mas é um fato incomum e raro. Acreditar que nós, mulheres com mais de 60 anos, podemos
ser felizes, que podemos amar e ser amadas não é uma coisa assim tão simples,
depois de quase toda uma vida vivida em circunstâncias nem sempre tão
favoráveis.
Mas não somos árvores... Para o bem e para o mal. Se você
não está satisfeita com a sua vida, levante-se. Ande. E prepare-se. Porque algo
de melhor pode te acontecer. Segundo o amor da minha vida, tudo está
determinado pelo Alto, pelo Mistério, como diz ele. Mas a gente precisa se
levantar e dar a chance ao Destino de agir na nossa vida. É isso que faremos ao
dizer “sim” um para o outro na próxima segunda-feira.
Sou feliz! Até uma “despedida de solteira” eu ganhei, ainda
quando estava em São Paulo, por iniciativa da minha amiga Rosângela Marcondes, a It Avó.
Sou uma pessoa extremamente grata ao meu Amor, à Vida, ao
Destino, à minha família. A gratidão é o sentimento que preenche meu Ser.
E que venha o meu último matrimônio. Tenho certeza absoluta de que vamos passar juntos os dias que nos restam nesta encarnação. Que sejam dias de LUZ, de AMOR, PAZ e SAÚDE para aproveitar cada instante. Que os anjos sobrevoem a nossa aldeia e digam “Amém”!
O acaso vai me proteger enquanto eu estiver distraído! Viva o acaso!
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