segunda-feira, fevereiro 23, 2015

Depois de 40 anos... voltar a namorar


Não é um retrocesso.
Ao contrário: é uma evolução.
A emoção do começo, do beijo roubado, de combinar um jantar, um almoço, um cinema.
Tudo igual, mas muito diferente.
O gole do vinho que traz à tona as lembranças boas.
O medo que aflora do "outro" lado no sonho, na madrugada, que assalta a mente e entope o coração.
E fortalece a certeza de ter agido da melhor forma.
Sempre o melhor.
Quem não quer o melhor para si e para aqueles a quem ama?
Relações doentias precisam de remédio, de cura.
E o remédio é, às vezes, amargo.
Gosto amargo na boca.
Gosto de ressaca.
Gosto de esperanças perdidas.
Brilho apagado nos olhos.
A recuperação do amor doente é dolorosa.
Leva dias, semanas, meses, não sei quanto tempo.
Mas nesta vida tudo é possível.
A esperança se renova,
O brilho nos olhos vai voltando aos poucos.
A história construída ao longo dos anos pode ser remendada,
Mas é verdadeira.
Cada remendo, cada fio de cabelo branco conta uma outra história.
Lutas, sucessos, insucessos, palavras que nunca deveriam ter sido ditas.
Pedir uma faringite a Deus para não falar bobagem.
No vai-da-valsa das horas o tempo vai passando, feridas cicatrizando.
len-ta-men-te....
Tem que ter calma.
Muita calma.
Carinho, cuidado, atenção, gentileza.
Tudo de que eu preciso é de paz e de amor.
É o que expresso na minha tatuagem, que custei anos a escolher, a ter coragem de fazer.
Minha filha me deu força, me dá força.
Meu filho me inspira.
E a vida vai caminhando a passos ora largos, ora trôpegos, ora tímidos.
Ele ainda não me pediu em namoro.


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