quarta-feira, fevereiro 11, 2015

Do que você precisa para viver?


Aquele famoso supermercado pergunta: "O que faz você feliz?" Bom, tem muita coisa (material) que é capaz de deixar alguém feliz. Mas tem vários questionamentos quanto a isso. Primeiro: por que existe hoje em dia essa "obrigatoriedade" de ser feliz? Talvez seja bom ficar triste um instante, refletir sobre os nossos erros, nossos problemas, nossos fantasmas. Adianta negá-los? Adianta tapar o sol com a peneira? Não. Portanto, o melhor é sentir que a vida vibra em frequências alternadas, ora tristes, ora felizes, ora animadas, ora cansadas... A vida é múltipla. É importante sentir o que precisa ser sentido. Mergulhar nas emoções e não lutar contra elas. Deixar fluir. Dito isso, vamos então mudar a pergunta: do que você precisa para viver? Além da resposta óbvia: do ar que respiramos, da comida que comemos, da água que bebemos, para manter o nosso corpo em pleno funcionamento, nós precisamos, mais do que tudo, de coisas imateriais, tais como, paz, harmonia, luz, esperança, desapego, saúde, alegria, ordem, coragem, disposição, energia positiva, amizade. Diversão e arte.

Mas, sobretudo, eu acho, precisamos de amor. De todas as formas de amar.
Hoje li um texto sobre o "amor verdadeiro" - eu já acho que é um mito o amor verdadeiro. Parece coisa de príncipe encantado. Que, assim como Papai Noel e Coelhinho da Páscoa, sabemos que não existe.

Aquele amor fraquinho com o tempo pode tornar-se forte. Ou aquele amor "forte" pode enfraquecer Acho que as pessoas, em geral, confundem amor e paixão. E quando essas duas emoções distintas se confundem dá a maior confusão.

Estou pensando em tudo isso porque eu ia mudar de casa. E ia ter que fazer um exercício de me desfazer da maior parte das "minhas" coisas - deixei entre aspas porque considero que tudo o que eu "tenho" como um empréstimo do Universo. O que temos? Quase nada. Apenas a nossa "alma" - ou seja lá como você queira chamar. Nem o nosso corpo nos pertence, já que ele fica aqui na Terra quando partimos.

Porém, ontem decidimos ficar. Não mudar. Não ir. Mas isso não significa que vou deixar simplesmente tudo como está. Quero sim essa revolução. Quero olhar para uma a uma das minhas coisas e analisar, friamente, se preciso daquilo para viver. Quero mudar ainda que permanecendo na mesma casa. Quero essa revolução. Quero analisar o que quero e o que não quero para a minha vida.
É importante a gente ter essa clareza. De repente, tudo o que tenho lá me parece inútil, imprestável. Tem tanto livro, CDs, papéis, revistas, malas, jogos, brinquedos, pastas... objetos, porta-retratos... tanta bugiganga. E a gente não precisa de nada disso pra viver. Este Carnaval que me aguarde. Tenho altos planos para esses dias de "folia"!

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