Recebi este texto hoje por e-mail e acho que tem a ver com o momento que vivemos ontem, lá em casa, vou deixar aqui, para lermos e relermos.
É bastante comum as pessoas justificarem os seus erros, invocando suas precárias condições de vida.
Dizem que foi o desespero que as levou a tomar atitudes equivocadas ou que circunstâncias negativas as fizeram agredir o seu semelhante ou suas propriedades.
Filhos agridem pais porque eles não lhes deram o que pediram, no momento exato em que o fizeram.
Irmãos que mentem, enganam para ter um quinhão maior em heranças, não se importando em que condições ficarão os demais irmãos.
Viktor Frankl, um judeu vienense, que foi prisioneiro dos alemães, durante a segunda guerra mundial, escreveu:
Nós que vivemos em campos de concentração podemos lembrar dos homens que andavam pelos alojamentos confortando os outros, distribuindo seus últimos pedaços de pão.
Talvez eles tenham sido poucos.
Mas são prova suficiente de que tudo pode ser retirado de um homem.
Menos uma coisa, a última das liberdades humanas - escolher que atitude tomar em quaisquer circunstâncias, escolher o seu próprio caminho.
Portanto, escolher o bem ou o mal compete a cada um.
O que nos falta, sim, é uma melhor educação.
Não essa educação que se aprende nos livros.
Mas aquela que tem a ver com a formação do caráter da criatura.
E para isso precisamos urgentemente, de pais conscientes que ensinem verdadeiros valores a seus filhos.
Pais que tenham coragem de falar aos seus filhos sobre os dias mais tristes das suas vidas.
Que tenham a ousadia de contar sobre as suas dificuldades do passado e como as conseguiram vencer.
Pais que não desejem dar o mundo aos seus filhos, mas que queiram sim lhes abrir o livro da vida.
Pais presentes que desenvolvam em seus filhos: auto-estima, capacidade de trabalhar perdas e frustrações, filtrar estímulos estressantes, dialogar e ouvir.
Pais que tenham tempo, mesmo que o tempo seja muito curto.
Pais que joguem menos futebol e se sentem mais para conversar com os filhos, descobrindo-lhes o mundo íntimo.
Pais que não se preocupem somente com festas de aniversário, tênis, roupas, produtos eletrônicos.
Mas que também se preocupem em dialogar, sorrir, conviver.
Pais que sabem que não devem atender todos os desejos dos seus filhos, pois isso os tornará fracos, dependentes.
Pais que dêem algo que todo o dinheiro do mundo não pode comprar: o seu amor, as suas experiências, as suas lágrimas, os seus sorrisos e o seu tempo.
Em suma: um autêntico processo de educação, em que o filho aprende que amar é o maior dos tesouros.
E não haverá de se tornar infeliz somente porque não tem a roupa de grife, ou não conseguiu viajar ao exterior nas férias.
Será alguém que se preocupa não somente consigo mesmo, mas com o seu semelhante.
Alguém que reconhecerá a grande diferença entre ter coisas e ser uma pessoa útil à comunidade, um cidadão honrado, um homem de bem.
É possível que você diga que trabalha muito e não tem tempo.
Contudo, faça do pouco tempo disponível, grandes momentos de convívio com seus filhos.
Role no tapete. Brinque, sorria. Conheça-os e permita que eles o conheçam.
Lembre-se, por fim: seus filhos não precisam de um super-homem, de um executivo bem sucedido, de um empresário muito rico.
Para eles não importa se você é médico, professor, administrador de empresa, copeiro, enfermeiro.
Importa, sim, o ser humano que você é e que os ensinará a ser.
Ontem, depois da crise familiar, recebi a newsletter da Seara e um dos textos me chamou a atenção. Também tem a ver com o tema. O texto é o seguinte:
A INGRATIDÃO DOS FILHOS
A cada pai e a cada mãe, Deus perguntará:
“Que vocês fizeram do filho confiado à sua guarda?”
Instruções dos Espíritos
Fruto imediato do egoísmo, a ingratidão sempre causa indignação tanto em quem a sofre quanto nos que a presenciam. Quando ocorre da parte dos filhos em relação aos pais, é ainda mais lamentável. O Espiritismo vem lançar luz sobre esse problema ao alertar para o fato de que, ao se produzir um corpo, a alma que nele encarna vem do espaço para progredir. É um Espírito com paixões e virtudes que, motivado por boas resoluções, pede a oportunidade da reencarnação junto àqueles que o ofenderam e prejudicaram gravemente em encarnações anteriores, para exercitar a caridade do perdão. Seu sucesso nesse intento dependerá de sua persistência nas boas resoluções e da força de sua vontade em resistir ao mal. Diante disso, fica evidente a importância de os pais se empenharem em aproximar de Deus as almas de seus filhos.
Assim, não se deve rejeitar a criança de berço que repele a mãe, nem aquele que paga com a ingratidão os cuidados e amparo que recebe. Não é o acaso que os faz assim. É preciso aí intuir, ainda que imperfeitamente, a revelação do passado e considerar que um ou outro já odiou muito ou foi muito ofendido; que um ou outro veio para perdoar ou para expiar. Cabe, pois, às mães e aos pais abraçar o filho que lhes causa desgosto, pensando: “Um de nós dois foi culpado”. E com mais empenho aplicar-se a ensinar a essa criança que ela está na Terra para aperfeiçoar-se, amar e bendizer. Não é tarefa tão difícil quanto se imagina. Todos podem cumpri-la. E o Espiritismo, dando a conhecer a causa das imperfeições do coração humano, veio facilitá-la.
Muitos pais e mães, no entanto, por fraqueza ou negligência culposa, em lugar de arrancar pela educação os maus princípios inatos de existências anteriores, deixam que eles se desenvolvam. Já nesta vida, começam a expiar essa negligência sofrendo a ingratidão dos filhos. Por outro lado, quando os pais fazem tudo o que está a seu alcance para o adiantamento moral de seus filhos e, mesmo assim, não são bem-sucedidos, não devem alimentar a culpa; ao contrário, de consciência tranqüila, podem manter a esperança de que a misericórdia divina lhes concederá acabar em outra existência a obra começada nesta e de que um dia o filho ingrato os recompensará com seu amor.
Fonte: Allan Kardec, O Evangelho segundo o Espiritismo, Capítulo XIV.
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