Não se pode desejar o que um dia, espontaneamente, foi entregue. Cartões, poemas, amores, detalhes, uma tarde. Dos castanhos dos meus olhos até o lado mais confuso das minhas ideias, tudo foi dado a você.
Como irá se lembrar de mim? Não sei... Nem queria
ter me despedido. Minha vontade era ser você e eu, eu e você. Não foi preciso
um céu estrelado, uma tarde com céu azul para lhe dar tudo. Foi em um minuto,
em um singelo beijo.
Dos detalhes seus dados a mim, faço o que o coração
mandar. Por vezes, choro ou até escondo qualquer lembrança. Mas como esquecer o
primeiro tocar de lábios? Em qual gaveta devo trancá-lo?
Um dia, talvez, espero não lembrar os traços do seu
rosto, o gosto da sua boca, o som da sua risada. Sentirei que algo aconteceu.
Você permanecerá na minha memória, distante.
Mas, a verdade é que não pretendo esquecer. Amores
que não querem ser lembrados nem são contados, tampouco escritos. E se um dia
você não mais se lembrar de mim, se eu desaparecer naquele blues, em novos
beijos, no silêncio sussurrado do seu quarto, em outros sexos, ainda sim
estarei aqui. Nesta história.
Luciana Praxedes
(19 de abril de 2011)
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