domingo, maio 29, 2016
Sobre a morte
Ontem morreu um senhor na Seara Bendita, o lugar onde eu trabalho todos os sábados de manhã.
E morreu anteontem a mãe de uma amiga minha, também em casa, sem que estivesse doente antes. Que mortes mais desejáveis, meu Deus!
Peço a Deus, todos os dias, para morrer de um jeito parecido, sem dar trabalho para ninguém. Sem experimentar a decrepitude da velhice, a deterioração das faculdades mentais e a decadência das funções vitais do organismo.
Pode falar o que quiser... mas eu não tenho o menor medo da morte. Tenho medo, isso sim, da vida por um fio, da vida fora de controle, da vida vegetativa. Deve ser muito pior do que a própria morte. Porque passar pro lado de lá todos nós vamos, mais cedo ou mais tarde.
Claro que eu compreendo que isso está totalmente fora do nosso controle. Nós, pobres mortais, queremos controlar tudo... a vida e a morte. Mas somos incapazes de controlar ambas. E quando a gente procura fazer isso, criamos um débito gigante perante a Justiça Divina. Então, eu me submeto e me submeterei ao que tiver que acontecer comigo. Mas, Deus Pai, por favor, me leve embora de um jeito bacana, please. Obrigada.
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