quarta-feira, março 24, 2004

Tom
Meu filho acaba de completar 21 anos. Virou um homem. Tenho muito orgulho de ser a sua mãe. Ele faz Arquitetura, faz estágio em uma construtora - apesar de andar revoltado com o trabalho, que não é bem o que ele queria / tinha em mente - e leva a vida numa boa. Quando o celular dele toca no fim de semana, ele atende assim: "Disque Balada!". É um cara que está de bem com a vida, resumindo.
Ele me vê como a mãe chata. Ele não entende que quando eu sou chata - quando não faço o prato para ele ou não ligo se tem comida ou não - não tenho a intenção de ser chata, mas a de prepará-lo para o lado chato da vida. Imagina se eu o paparicasse e um belo dia eu já não estivesse mais lá para cumprir esse papel... Ele ia sofrer muito, acho. Então, é melhor sofrer em doses homeopáticas e ir se fortalecendo, fortalecendo o espírito independente, do que ter um trauma e não saber como se virar, depois disso. Sei que é uma idéia polêmica. E tem mais. Não sou do tipo "dona de casa", nunca fui e nunca serei, fazer o quê? Quantas mulheres de 45 anos mantém um blog na Internet? Pois é.
Eu sei dizer que a gente briga bastante. Eu tinha só 24 anos quando ele nasceu. Também estou aprendendo com ele a ser mãe, embora eu rejeite algumas das funções atribuídas à figura materna.
Apesar das briguinhas, elas são, no fundo, muito mais teatrais do que reais. Pelo menos do meu lado. Eu conservo dentro do meu coração aquele amor de mãe, incondicional, sabe? Nisso, sou bem tradicional. No sentimento que tenho quando olho para ele, dormindo em sua cama, nos horários mais impróprios. Quando rezo para o Anjo da Guarda dele, nos dias em que ele não vem dormir em casa também (não costumo fazer escândalos nessas ocasiões, como algumas mães). Peço aos Céus que o mundo seja gentil com ele, como faz toda mãe.
Ele chegou mais cedo em casa ontem. Dor de garganta. Passei na farmácia para comprar Cataflam e Hexomedine. Mas não adiantou nada. Hoje, a febre chegou aos 40 graus! E o Guilherme foi com ele ao hospital. Uma vez o Guilherme disse que era o pai e a mãe do Tomás, em uma reunião na escolinha. E eu tava lá! Nunca o perdoei por ter dito isso. Por outro lado, sei que o Gui o ama muito também e faz tudo o que estiver ao seu alcance para que ele tenha uma vida feliz. Ai, como é difícil educar uma pessoa! Tom, sare logo, tá? Bjs, da sua mãe, que te ama D+.

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