quinta-feira, setembro 23, 2004

Chorar, pedir pra ficar
Não sei o que os profissionais do conselho amoroso vão achar disso, mas a verdade é que já chorei algumas vezes quando o meu "namorado" veio com aquele papo que queria "dar um tempo". Chorei mesmo, ué. Fui absolutamente transparente naquilo que senti na hora. Não foi nenhuma jogada pra sensibilizá-lo. Mas sensibilizou, e ele ficou. E continuou tudo numa boa. E foi assim. E ele também, por sua vez, me pediu pra ficar, sempre que eu estava decidida a ir embora. E fomos ficando. Amor é isso também, eu acho. É ficar, é pedir para ficar, é chorar quando a gente tá triste, sem aquele papo de "orgulho ferido". Sempre coloquei o meu amor e minha vontade de ficar junto acima de tudo. E de todos. O que é mais importante agora? O meu orgulho, a minha vaidade pessoal, ou estarmos juntos? Nunca tive dúvidas quanto à resposta para essa questão.
Muita coisa aconteceu nesses anos todos, muita água rolou debaixo da ponte, muitas mágoas, sentimentos feridos, ofensas, coisas que foram ditas e que não deveriam ter sido nem pensadas, etc. Mas quem é perfeito? Ninguém, nesse mundo, pelo menos, não.
Eu tenho um monte de defeitos, e ele outros tantos. Nunca achei que seria uma boa idéia trocar de defeitos... entende? Prefiro lidar com os que eu já conheço. E a gente vai aprendendo cada vez mais a perdoar, a relevar, a pedir perdão... e assim vão se passando os anos.
Não gosto daquela frase que se diz nos casamentos - até que a morte os separe - porque é falsa. Qualquer coisa pode separar um casal. E é bom que se viva com essa certeza, a de que tudo é provisório e que o importante é se questionar se vale a pena o sacrifício de ficar junto. Ficar junto também é sacrifício, é ceder, conceder, mais do que receber, às vezes. Não se pode ser exigente demais porque o risco de se decepcionar é muito, muito grande.
Não sei se ajudei ou atrapalhei falando tudo isso.
Mas no meu caso, pelo fato dos meus pais terem se separado, em uma época em que as separações ainda não eram tão comuns quanto são hoje, influenciou muito minha visão de mundo. E, por incrível que pareça, a separação deles foi um pouco responsável pelo fato de estarmos juntos há tanto tempo. Juntos desde 1975 e "casados" desde 1980. Bastante tempo, né?
Por isso me acho competente o suficiente pra ficar aqui dando conselhos para quem nem pediu!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua participação é muito importante!
Lembre-se de deixar seu nome no comentário.