A vida continua
O relógio não pára. As horas se sucedem, os dias, as semanas, os meses, tudo encadeado, lavando tristezas, diluindo alegrias.
E assim caminha a Humanidade.
Sacode a poeira, dá a volta por cima, enfrenta os fantasmas, as ideologias, as crenças, a fé move montanhas.
Mudando de assunto...
Mandaram uma carta para o Saia Justa e resolvi comentar o caso aqui, com muito cuidado, pensando no Google e nos mecanismos de buscas que podem fazer com que visitantes indesejados encontrem o meu modesto refúgio internético.
Pois é. A moça, de Portugal, prestes a completar 30 anos, não se conformava de ter conhecido apenas um homem: o seu marido, com quem , aliás, se dava bem. Mas o bichinho da curiosidade incomodava... A Luana Piovani foi radical: separa do marido para conhecer o outro lado da vida. Bem imatura, a moça. As outras achavam que ela tinha que pensar bem e coisa e tal. Eu já tenho umas sugestões mais práticas. Primeiro, acho muito arriscado jogar tudo p/o alto, ainda bem se está dando mais ou menos certo. Só por uma curiosidade... Não. Nem pensar. Para isso existe toda uma indústria de filmes e outros produtos que podem aquecer uma relação. Transformar o marido em um homem diferente pode depender de criatividade. Pode ser uma dica boba, mas acredito que não vale a pena partir para atitudes mais drásticas, se é que vocês me entendem .
Outra dica é sobre o pensamento. O pensamento é livre, e viajar nas idéias é uma coisa sem limites. Por isso, eu acho que ainda que a igreja afirme que a gente pode pecar por pensamento, é um exagero. A gente pode pensar livremente, ver cenas e cenas e apimentar a vida. De vez em quando é bom, necessário, saudável.
E, finalmente, as lingeries, que podem ser muuuuito interessantes. Perfumes, luz de velas, tecidos sedosos, pétalas de rosas, tudo isso.
Falei por metáforas, mas acho que fui bastante clara.
Outro assunto: a paternidade.
Impressionante como a figura masculina inspira poder e força. E isso faz falta para qualquer ser humano, filho ou filha. eu tive a sorte de ter dois "pais" na minha infância. O meu pai, José Leonardo, inteligente, me estimulou a ler, me levava gibis do Walt Disney e os livros coloridos de literatura infanto-juvenil da Abril Cultural, publicados a cada quinzena. Ele me ensinou muitas coisas, mesmo com seu jeito fechadão. Chegava em casa por volta das 5 e meia da tarde. O chinelo ficava estrategicamente posicionado ao lado da porta de entrada. Tomava banho, vestia o roupão listado de azul e branco, deitava no sofá, lia. Ou subia para a oficina, onde fazia seus barquinhos de madeira, de acordo com o projeto original. Me levava para passear aos domingos de manhã, em matinês de cinema, ou em passeios pelo Morumbi, ficávamos vendo aquelas mansões, tão distantes da nossa realidade...
Já grandinha, eu queria ir ao Círculo Militar, balada naquela época chamava "mingau", não sei porque... Mas eu só podia ir de 15 em 15 dias. O pai de alguém levava, outro pai buscava. O meu pai participava de vez em quando desse rodízio. Nunca me perguntava nada. Sempre confiou na educação que me deu. Ele sempre diz que o importante é ensinar a pescar ao invés de dar o peixe. Sempre foi fiel a esse pensamento.
Admiração é a palavra que melhor expressa o sentimento que nutro até hoje pelo meu querido pai. Apesar de vivermos em cidades diferentes e de nos falarmos muito menos do que eu gostaria, tem muito do meu pai dentro de mim. Por mais que as pessoas digam que por fora me pareço cada vez mais com a minha mãe, por dentro, sou muito mais parecida com o meu pai.
E preciso agradecer, agradecer muito mesmo pelo mais precioso presente que ele me deu (ele e a minha mãe, é claro): a vida.
Ah, sim, meu segundo pai foi o meu avô Mário, mas faço um outro post só pra ele, um dia desses. Vou contar só uma coisinha: a gente saia pra passear na calçada e ele me dava uma flor chamada "brinco de princesa". Não preciso dizer que eu me sentia a própria, né??
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